terça-feira, 19 de março de 2019

Conepir realiza mesa redonda sobre Violência e Juventude Negra

Atividade será realizada na Escola Estadual Theonilo Gama, conta com o apoio da Semudh e do Iteral


Texto: Helciane Angélica Santos Pereira (Ascom/Iteral)


No dia 21 de março celebra-se o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. Para destacar a importância da data o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial em Alagoas (Conepir-AL) promoverá uma mesa redonda com o tema "Violência e Juventude Negra". Essa é a primeira ação do ano e acontecerá nessa quinta-feira às 9h, na Escola Estadual Professor Theonilo Gama localizada no bairro do Jacintinho em Maceió/AL.

A atividade será destinada aos estudantes do Ensino Médio e convidados; recebe o apoio institucional da Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh) e da assessoria técnica dos Núcleos Quilombolas e Indígenas do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral).

Dentre os facilitadores estão: Maria José da Silva, secretária de estado da Mulher e dos Direitos Humanos; Nicole Maria da Silva, graduanda de Pedagogia na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), feminista e militante do Movimento Levante Popular da Juventude; e Clébio Araújo, presidente do Conepir/AL, historiador e professor da Universidade Estadual .

O Conepir/AL foi constituído através da Lei nº 7.448, de 20/02/2013, e alterada pelo Decreto Nº 26.909, de 03/7/2013. Órgão colegiado paritário, de caráter deliberativo e integrante da estrutura básica da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos com a finalidade de propor em âmbito estadual, políticas de promoção da igualdade racial com ênfase na população negra, das comunidades quilombolas, comunidades indígenas, das religiões de matriz africana e outros segmentos étnicos da população alagoana. Também acompanha programas voltados para esses grupos; para propor a atualização da legislação relacionada com as atividades de promoção da igualdade racial, bem como, no processo de implementação da legislação de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial.


21 de março
O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se de uma homenagem à luta e memória dos manifestantes protestavam contra a “lei do passe”, que obrigava os negros a andarem com identificações que limitavam os locais por onde poderiam circular dentro da cidade. No episódio conhecido como Massacre de Sharpeville, foram mortas 69 pessoas e centenas ficaram durante o regime do Apartheid, em Joanesburgo, na África do Sul, em 21 de março de 1960.

SERVIÇO:
Mesa redonda: Violência e Juventude Negra
Dia: 21/03/2019 (quinta-feira)
Hora: 9h às 11h
Local: Escola Estadual Professor Theonilo Gama – Rua coronel Paranhos, Jacintinho, Maceió/AL (próximo à rádio 96FM).
Contatos: Leone Silva (82-98833-3853) / Clébio Araújo (82-99937-1871)

quarta-feira, 4 de abril de 2018

#DeixaElaTrabalhar

Uma campanha encabeçada por repórteres esportivas chama atenção sobre a questão do assédio e machismo nos estádios e fora deles. Sob a marca #DeixaElaTrabalhar, um grupo de cerca de 50 jornalistas mulheres de todo o país lançou na sexta-feira, dia 20 de março, a campanha e um vídeo com alguns dos relatos sofridos. Comentários violentos e ameaças de estupro de torcedores nos estádios e nas redes sociais estão entre as agressões.

Em uma cobertura ao vivo de uma partida de futebol, a repórter Bruna Dealtry, do canal Esporte Interativo, foi beijada, à força, por um torcedor. O episódio ocorreu no Rio de Janeiro, no dia 14 de março, durante a partida entre o Vasco e Universidad do Chile, pela Libertadores. Constrangida, a repórter disse que a atitude “não foi legal”, mas continuou a transmissão. Três dias antes, em Porto Alegre, um torcedor do Inter insultou e agrediu, fisicamente, a repórter Renata Medeiros, da Rádio Gaúcha, que cobria a partida entre Grêmio e Inter. Esses são apenas dois dos casos mais recentes de assédio e desrespeito que jornalistas mulheres, principalmente – mas não somente – da área esportiva vem sofrendo no ambiente de trabalho.

Bibiana Bolson, jornalista da ESPN W e uma das participantes da campanha, explica que o objetivo é chamar a atenção para as agressões que as profissionais sofrem não somente nos estádios. Segundo Bibiana, a campanha, embora tenha surgido de episódios vividos por jornalistas esportivas não se limita somente a esta editoria.

A ideia é dar voz para mulheres de todas as esferas. “É uma maneira de incentivar as mulheres a relatarem os abusos que sofrem, a buscarem seus espaços”, diz. O vídeo, além de ser um pedido para que as jornalistas possam trabalhar em paz, lembra também que o silêncio diante de casos de assédio é parte de um mesmo problema. Não é a primeira vez que jornalistas mulheres se unem para denunciar os abusos e assédios sofridos na profissão.

Em junho de 2016, depois que uma repórter do portal iG foi assediada no meio de uma entrevista coletiva pelo ex-cantor Biel, um grupo de jornalistas mulheres criou a campanha #JornalistasContraOAssédio. Na época, Biel, que caiu no ostracismo após o episódio, chamou a repórter de 21 anos de “gostosinha” e disse que a “quebraria no meio” se eles tivessem relações sexuais. A jornalista chegou a registrar queixa na Delegacia da Mulher e o iG prometeu que daria todo o apoio à profissional. Mas ela foi dispensada menos de um mês após o caso vir à tona. Na época, a campanha também reuniu relatos de abusos e assédios sofridos por profissionais no exercício da profissão.

Hoje, a campanha se transformou em um coletivo que denuncia, sistematicamente, as diversas formas de assédio.


Coluna Axé – 485ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 09/04/18) – Contato: cojira.al@gmail.com
(Responsáveis, interinamente, as jornalistas Valdice Gomes e Luila de Paula)

terça-feira, 27 de março de 2018

Plenária quilombola

Cerca de 150 representações quilombolas de diversas regiões do país participaram, na semana passada, dias 22 e 23, em Brasília, da Plenária Nacional Quilombola. Durante dois dias, eles discutiram e apresentaram as contribuições e propostas específicas do segmento como políticas de certificação, regularização fundiária, reconhecimento da identidade quilombola, ações de proteção, preservação e promoção de seu patrimônio cultural que desejam ver na agenda institucional do governo federal.

Os diálogos contaram com a presença de representantes do Instituto Nacional de Colonização e reforma Agrária (Incra), Ministério da Saúde (MS), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundação Cultural Palmares (FCP), Ministério da Educação (MEC), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).

Membro da Conaq e do Conselho Nacional de Políticas de Igualdade Racial (CNPIR), Arilson Ventura celebrou conquistas como a constitucionalidade do Decreto 4.887 e a realização da IV Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (IV Conapir), mas também deixou claro que ainda há muito o que avançar. Segundo o representante da Conaq, embora a Fundação Cultural Palmares já tenha certificado mais de três mil comunidades quilombolas, e o Incra tenha concedido aproximadamente 300 títulos definitivos da terra, lembrou que o País tem mais de 10 mil quilombolas. “Precisamos prosseguir para garantir a efetividade das políticas públicas quilombolas para todos”, alertou Arilson Ventura.

Presente na plenária, a secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Juliana Ferreira Simões disse que é de interesse do Ministério manter as comunidades quilombolas como áreas de proteção ambiental, justificando que os quilombolas são os principais conservadores da biodiversidade de seus territórios.

Em sua fala, a representante do Ministério da Educação, Raquel Dias, reverenciou a força da mulher quilombola, destacando que a permanência dos quilombolas no subdesenvolvimento é característica do racismo institucional que ainda prevalece no país. Raquel Dias disse ainda, que o interesse do MEC é continuar construindo a lei de diretrizes da educação escolar quilombola dentro do sistema de educação do país para que esse processo educacional chegue até as próximas gerações, como política de estado.

Ao fim da Plenária, foram escolhidos 27 delegados/as, os quais se somarão a aqueles/as definidos/as durante as conferências estaduais e regionais para a IV CONAPIR, que ocorrerá entre os dias 27 e 30 de maio de 2018.



Fonte: Coluna Axé – 484ª edição – Jornal Tribuna Independente (27/03 a 02/04/18) – Contato: cojira.al@gmail.com  (Responsáveis, interinamente, as jornalistas Valdice Gomes e Luíla de Paula)

quinta-feira, 22 de março de 2018

Anajô lança livro e dvd sobre o projeto Tambor Falante


Com 12 anos de trajetória, a entidade do movimento negro alagoano foi uma das contempladas no Prêmio Eris Maximiniano da Prefeitura de Maceió



O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô – entidade do movimento negro alagoano, vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) – realizará no dia 23 de março, o encerramento do projeto “Tambor Falante: Refletindo, Debatendo e Transformando Realidades”. A atividade é aberta ao público e iniciará às 19h, no Centro Cultural Arte Pajuçara em Maceió.

O projeto foi originário da parceria entre o Anajô, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) e a Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro. Com a aprovação no Prêmio Eris Maximiniano 2015, na categoria cultura afro brasileira, o Anajô recebeu o patrocínio da Prefeitura de Maceió através da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac) para a execução de cinco (5) encontros de formação/debates na periferia da capital alagoana: Benedito Bentes, Jaraguá, Trapiche da Barra, Ouro Preto e Ponta da Terra.

Dentre os temas discutidos estiveram: “Maioridade penal e extermínio da juventude negra”; “Os impactos do Governo Michel Temer nas políticas para a igualdade racial”; “Os desafios na atual conjuntura dos povos tradicionais”; “Intolerância Religiosa e preconceitos correlatos”; e “Racismo institucional e estatuto da igualdade racial”.

Segundo a Presidente do Anajô, Madalena da Silva, o patrocínio foi essencial na estruturação e desenvolvimento do projeto. “Com a aprovação no edital, foi possível investir na organização e ampliar as ações. Também estimulamos o encontro entre gerações, vivências e opiniões de ativistas do movimento social negro e pessoas das mais diversas formações. Nós estamos muito felizes com a conclusão desse trabalho”, exaltou.

Para celebrar o encerramento oficial do projeto, na noite desta sexta-feira terá o lançamento do livro com vários artigos e registro fotográfico, que será distribuído em instituições do movimento negro, bibliotecas, Núcleo de Estudo Afro Brasileiro (NEABs) e escolas; além de um DVD com o registro dos principais momentos do projeto.

Para abrilhantar o momento, também terão as apresentações artísticas do Grupo Vocal Afro Ameríndio; além da cantora e compositora Mel Nascimento.


Fonte: https://anajoalagoas.com/

terça-feira, 20 de março de 2018

Marielle Presente!

A população negra e oprimida está de luto. Na última quarta-feira, a violenta morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) tocou extremamente mulheres e homens que acreditam que os Direitos Humanos são para todos.

O Brasil perdeu a jovem ativista negra, que lutava contra o feminicídio, o extermínio da população negra e atuante nas causas das lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Marielle Franco era uma mulher com lutas expressivas contra toda violência e injustiça direcionadas à população menos favorecida na sociedade, ressaltando que os direitos são para todos os cidadãos.

Em um momento emblemático, onde a discussão em torno da alarmante violência que assola o país e em especial o Rio de Janeiro - que acaba de passar por intervenção militar - a vereadora voltava do evento “Jovens Negras Movendo Estruturas”, uma roda de conversa na Casa das Pretas, no bairro da Lapa (região Central), quando foi interceptada pelos criminosos, sendo executada a tiros. O motorista, Anderson Gomes, também foi atingido pelos disparos, se tornando mais uma vítima fatal da ação. De forma brusca a voz de Marielle foi cessada. Mas, deixou uma herança histórica e seus sucessores espalhados por todo o país, como pôde ser visto nas inúmeras manifestações. 

As cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Brasília, Belo Horizonte, Belém, Juiz de Fora, Porto Alegre, Florianópolis, Natal, Curitiba e Maceió, entre outras, realizaram diversos atos e eventos de protesto e manifestação contra o assassinato de Marielle Franco. Além disso, inúmeras entidades da sociedade civil emitiram nota oficial de repúdio ao brutal assassinato da vereadora e em solidariedade à sua família. Entre elas, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro em conjunto com a Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas e a Comissão Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira).

A Câmara Municipal do Rio decretou luto oficial de três dias. Nesta Casa, Marielle presidia a Comissão da Mulher e no mês passado foi nomeada relatora da comissão que acompanhará a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Líder significativa e símbolo do ativismo em Direitos Humanos, Marielle teve atuação decisiva enquanto parlamentar eleita com mais de 46 mil votos em sua primeira eleição. Nascida e criada no Complexo da Maré (Zona Periférica) formou-se em Sociologia e mestra em Administração Pública, e pautou sua atuação na tríade da discussão de raça, gênero e cidade, contra toda forma de opressão. 

Mesmo abalada, a resistência pelo direito à dignidade da vida seguirá com seu legado. Marielle Presente! 



Fonte: Coluna Axé - 483ª edição – Jornal Tribuna Independente (20 a 26/03/18) – cojira.al@gmail.com.
(Responsáveis, interinamente, as jornalistas Valdice Gomes e Luíla de Paula).

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Carnaval dos protestos

Pelo menos três escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro levaram para o Sambódromo um Carnaval de críticas e protestos, externando a insatisfação do povo com os políticos e a corrupção.

A Beija-Flor, campeã do Carnaval, fez um paralelo entre o romance "Frankenstein” e as mazelas sociais brasileiras. Corrupção, desigualdade, violência e intolerâncias de gênero, racial, religiosa e até esportiva formaram o cenário de "Brasil monstruoso". Um carro encenou a violência cotidiana do Rio de Janeiro, mostrando crianças morrendo na escola, mães enterrando seus filhos policiais e ocorrências de assaltos.

A Paraíso do Tuiuti, que ficou com o segundo lugar, com belas alegorias e um samba enredo primoroso fez abordagem crítica sobre a situação da população negra e pobre neste País. Não faltaram Michel Temer, o vampiro neoliberalista, paneleiros com camisetas do Brasil e patos da Fiesp sendo controlados pela mídia, além de críticas às reformas trabalhista e da Previdência.

A escola passou pela Sapucaí deixando a pergunta "Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?" A Tuiuti recontou a história da escravidão no Brasil, nos 130 anos da Lei Áurea, e fez uma crítica ao racismo e às dificuldades dos trabalhadores brasileiros hoje. Em seu segundo ano seguido no Grupo Especial e após um acidente grave no ano passado, a escola dedicou parte do desfile para uma crítica social mais atualizada. As três últimas alas retrataram perrengues dos brasileiros em busca de bons empregos. No último carro, a Tuiuti apresentou um "novo navio negreiro" buscando fazer uma comparação entre os "novos trabalhadores explorados pela classe dominante" e os escravos do passado.

A Estação Primeira de Mangueira, que ficou em 5º lugar, também não ficou atrás em termos de protesto. Aproveitou o enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco” para ironizar a decisão de Prefeitura do Rio de cortar os recursos destinados às escolas de samba. Sem metáforas, o prefeito do Rio foi citado nominalmente e representado como um boneco de Judas para ser malhado.

Foi mesmo emocionante! Mas o Carnaval passou. É preciso que essa ousadia cidadã ganhe força na consciência dos brasileiros e ecoe nas ruas, antes que outros direitos sucumbam.



Fonte: Coluna Axé / 479ª edição / Jornal Tribuna Independente (20 a 26/02/18) / Editora: Helciane Angélica/ Contato: cojira.al@gmail.com

(Responsáveis, interinamente, as jornalistas Valdice Gomes e Luíla de Paula)

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Carnaval sem racismo

O Ministério dos Direitos Humanos através da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR lançou a Campanha "Neste Carnaval Diga não ao Racismo". 

O objetivo principal é a valorização da cultura negra, sensibilizando o público em geral quanto à importância do respeito à identidade negra com enfoque no racismo sofrido por mulheres e homens negros no carnaval.

Passageiros, foliões e turistas dos principais aeroportos e rodoviárias do país receberão material informativo de enfrentamento ao uso negativo e caricato da imagem do negro como blackface e “nega maluca”, onde as pessoas pintam o rosto com tinta preta e usam peruca black power imitando pejorativamente a textura natural do cabelo crespo como forma de “homenagem”.

Lançada em nível nacional, serão espalhados 50 mil folders em formato de leques entre as esteiras de bagagem e balcões de informações dos aeroportos de Recife (PE), Congonhas (SP), Curitiba (PR), Rondônia (RO), Confins e Belo Horizonte (MG). Trata-se de uma parceria com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), e os aeroportos exibirão em seu sistema de telas informativas a identidade visual da Campanha.

O Secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo alerta que nenhuma forma de preconceito ou de discriminação deve servir como justificativa de “piada”, “adereços” ou “acessórios” e destaca o caráter de violação de direitos dessa prática racista, já que racismo é crime previsto na Lei 7.716.  “O propósito da Campanha é ser usada como plataforma para combater esta modalidade de racismo enraizado na sociedade. Qualquer tipo de ação utilizada para ridicularizar o negro não deve ser praticada no Carnaval. O Blackface e a ‘nega maluca’ não são ferramentas de folia, mas sim de opressão e escárnio. Vamos juntos compartilhar nas redes sociais durante o carnaval a hashtag da campanha #CarnavalSemRacismo”, exaltou.

As cidades do Rio de Janeiro, Brasília, Goiânia, Manaus, Belém, Palmas, Acre também serão contempladas pelas ações da Campanha. Para realizar denúncias: Disque 100 ou baixe aplicativo Proteja Brasil A iniciativa é extremamente louvável e deveria ocorrer durante todo o ano; além de contemplar todo o território nacional. Sonhamos com o dia que não precisaremos lançar campanhas para exigir respeito!



Fonte: Coluna Axé - 478ª edição – Jornal Tribuna Independente (06 a 19/02/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com
(Com informações da Ascom)       


segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Movimento negro em luto



Ativistas do Movimento Social Negro receberam com tristeza a notícia do falecimento de Carlos Alberto Caó de Oliveira nesse domingo (04), no Rio de Janeiro. 

O jornalista político e de economia trabalhou em diversos veículos de comunicação; era advogado; militante histórico; e deputado estadual autor da Lei 7.437/1985, que recebeu o seu nome, e mudou o texto da Lei Afonso Arinos (1951) tornando contravenção penal o preconceito de raça, cor, sexo e estado. Também foi responsável pela inclusão na Carta Magna de 1988 do inciso ao Artigo 5º tornando o racismo crime inafiançável e imprescritível. 

O baiano foi um dos fundadores da Associação dos Jornalistas Especializados em Economia e Finanças (Ajef) em 1974, também, criou o Clube dos Repórteres Políticos e presidiu o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro. 

Ele morreu aos 76 anos, deixando um legado e um exemplo de comprometimento com as questões étnicorraciais. Caó presente!

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Tambores e prévia carnavalesca


As prévias carnavalescas da capital alagoana 2018, conhecida por Jaraguá Folia, serão no dia 02 de fevereiro – cuja data remete-se ao episódio histórico e violento ocorrido em 1912 denominado “Quebra de Xangô” e que nos últimos anos tornou-se um momento para alertar a sociedade sobre o combate da intolerância religiosa e o respeito à diversidade de cultos.

Desde 2010, o Coletivo Afrocaeté e seus parceiros se uniram com o intuito de homenagear Tia Marcelina, símbolo de resistência na luta contra todo e qualquer ato de intolerância religiosa.

Lideranças do movimento social negro, religiosos de matrizes africanas e integrantes de vários grupos afroculturais sairão no cortejo cuja concentração será às 19h dessa sexta-feira, na sede do Coletivo Afrocaeté – Rua Barão de Jaraguá, 381, Jaraguá – onde caminharão pelas ruas do bairro histórico, com as cores de Xangô, ao som dos tambores em sinal de respeito aos ancestrais, para fortalecer a luta e a fé do povo alagoano.

Nessa mesma noite, a partir das 20h terá o Polo dos Maracatus na Praça Marcílio Dias, com a participação dos grupos Maracatu Baque Alagoano e Coletivo Maracatod@s que farão a animação do público antes da saída dos cortejos.


Fonte: Coluna Axé – 477ª edição – Jornal Tribuna Independente (30/01 a 05/02/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com