terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Carnaval afro

Por: Helciane Angélica - Com informações de sites nacionais


O carnaval é uma das festas mais ricas em termos de diversidade cultural, ainda mais, no Brasil que é um país de dimensões continentais! Além de ser extremamente popular, podemos dizer que é um dos mais democráticos, para todos os gostos e estilos: samba, pagode, swingueira, maracatu, marchinhas, frevo e axé.

E nesse ano, o que chamou a atenção foi a quantidade de escolas de samba que retrataram manifestações afro-culturais e ícones negros nos seus sambas-enredos. Em São Paulo, além da campeã Mocidade Alegre que abordou sobre as obras de Jorge Amado através do tema: "Ojuobá - No Céu, os Olhos do Rei... Na Terra, a Morada dos Milagres... No Coração, Um Obá Muito Amado!, também teve: Acadêmicos do Tucuruvi com "O esplendor da África no reinado da folia", e a Mancha Verde, com "Pelas mãos do mensageiro do axé a lição de Odú Obará: A humildade".

Já no Rio de Janeiro, a vencedora Unidos da Tijuca homenageou o Rei do baião, Luiz Gonzaga, o sanfoneiro negro que é um ícone da música nordestina. Também teve: a Beija-Flor sobre "São Luís - O Poema Encantado do MARANHÃO", a Vila Isabel, "Você Samba Lá .... Que Eu Sambo Cá! O Canto Livre de Angola". Destacamos ainda, que a escola de samba Acadêmicos de Vigário Geral, do Rio de Janeiro (setor de acesso), homenageou o ativista Abdias Nascimento no carnaval de 2012. Líder negro, pioneiro na luta pelos direitos dos afrodescendentes brasileiros, que faleceu em maio de 2010.

Outra bela referência foi para a sambista Dona Ivone Lara, que teve sua história contada pela Escola de Samba Império Serrano. Com o tema “Dona Ivone Lara – O enredo do meu samba” citou os desafios e preconceitos enfrentados pela primeira mulher compositora de enredos de carnaval, e a primeira a ganhar uma disputa de samba-enredo e a integrar a ala de compositores de uma escola de samba, em 1965.

E na cidade de Salvador (BA), no circuito de carnaval, os principais blocos afros levaram para as ruas temas relacionados à cultura afro-brasileira, como: religiosidade e educação com foco nas matrizes africanas, além da dor do preconceito, do racismo e da homofobia. O Ilê Aiyê apresentou o tema “Negros do Sul” exaltando a cultura negra presente nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O afoxé Filhos de Gandhy abraçou o tema do combate à violência contra a mulher no Carnaval 2012, fortalecendo a campanha pela igualdade de gênero e divulgação da Lei Maria da Penha.

E em Alagoas, foi muito bom ver o fortalecimento dos blocos afros e maracatus, além da reflexão sobre o Centenário do Quebra de Xangô realizado pelo Grêmio Recreativo Escola de Samba de Samba Girassol. O carnaval brasileiro tem mostrado que é possível se divertir e, também, protestar! Que venha outros! Axé!


Fonte: Coluna Axé -nº190 - jornal Tribuna Independente (28.02.12)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"Não foi dessa vez, mas valeu muito!", diz Carlinhos Brown sobre derrota no Oscar

Os músicos Sérgio Mendes e Carlinhos Brown e o diretor Carlos Saldanha, representantes brasileiros no Oscar com uma indicação à canção "Real In Rio", da animação "Rio"



Os músicos Sérgio Mendes e Carlinhos Brown e o diretor Carlos Saldanha, representantes brasileiros no Oscar com uma indicação à canção Real In Rio, da animação Rio, chegam ao prêmio da Academia (26/2/12)

Carlinhos Brow não se abalou pela derrota na categoria de melhor canção original no Oscar 2012. “Não foi dessa vez, mas valeu muito! É uma honra estar aqui representando o Brasil”, escreveu o músico em seu Twitter.


Carlinhos Brown havia sido indicado em conjunto com Sergio Mendes pela canção “Real In Rio”, do filme “Rio”. Contudo, os músicos perderam para a canção “Man Or Muppet”, de “Os Muppets”.


Fonte: UOL

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Carlinhos Brown canta no tapete vermelho do Oscar

Os músicos Carlinhos Brown e Sergio Mendes e o diretor de "Rio", Carlos Saldanha, passaram pelo tapete vermelho do Hollywood and Highland Center (ex-Kodak Theatre), onde acontece a cerimônia do Oscar, por volta das 15h30 (20h30 de Brasília) deste domingo (26).

Brown e Sergio Mendes são indicados, ao lado da americana Siedah Garrett, ao Oscar de melhor canção original por "Real in Rio", da animação "Rio".

"O Carlinhos consegue fazer um trio elétrico no tapete vermelho. É o primeiro baiano no mundo que faz um trio elétrico no tapete vermelho", brincou Mendes. Brown cantou e assobiou como passarinho.



Perguntados se tinham planos de fazer um álbum juntos, os músicos se entreolharam: "Boa ideia", disse Brown.

A música de "Rio" só tem uma concorrente: "Man or Muppet", de "Os Muppets", composta por Bret McKenzie.
Fernanda Ezabella/Folhapress
Carlinhos Brown e Sergio Mendes no tapete vermelho do Oscar, neste domingo (26)
Carlinhos Brown e Sergio Mendes no tapete vermelho do Oscar, neste domingo (26)



Fonte: Folha.com

Mandela recebe alta do hospital após passar por laparoscopia

Ex-presidente da África do Sul foi internado neste sábado para investigação de dores abdominais que vinha sentindo  


O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, de 93 anos, recebeu alta do hospital um dia após passar por uma laparoscopia, informou neste domingo o governo da África do Sul. O gabinete do presidente Jacob Zuma disse que ele foi mandado para casa após os exames "não indicarem nada de muito errado".

Foto: AP Ampliar
Mandela e a família posam para foto em sua casa em Qunu, na África do Sul (17/07/2011)


Em discurso à imprensa neste domingo no Parlamento, na Cidade do Cabo, a ministra da Defesa sul-africana, Lindiwe Sisulu, afirmou que nada de ruim acontece com o ex-presidente Mandela. Sisulu disse que o prêmio Nobel da Paz de 1993 foi internado para se submeter a uma laparoscopia, uma técnica pouco invasiva que permite observar a cavidade abdominal do paciente.

"Não havia nada grave. A razão pela qual foi levado ao hospital é porque estava tendo dores contínuas", acrescentou a ministra.

O governo sul-africano informou neste sábado em comunicado que Nelson Mandela foi hospitalizado devido a uma dor abdominal contínua. "Sempre que você trata de alguém, você tenta fazer com que tenha as melhores condições de vida, e a única forma como tínhamos de fazê-lo era levando-o ao hospital e realizando uma série de exames para saber se o tratamento era o adequado", afirmou Sisulu.

Ameaças de prisão
O ex-presidente, cuja saúde vem se deteriorando nos últimos tempos, se retirou da vida pública há oito anos. Em janeiro do ano passado, Mandela havia sido hospitalizado para o tratamento de uma grave infecção pulmonar. A última aparição pública de Mandela foi na Copa do Mundo de 2010, jogada na África do Sul.


O comunicado oficial do governo não informou em que hospital Mandela foi internado, mas algumas informações sugeriam que teria sido em um hospital militar em Pretória, a capital do país. Jornalistas que se concentraram em frente ao hospital receberam ordens para se retirarem do local e foram ameaçados de prisão caso não cumprissem as ordens.

Mandela, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 pela sua luta contra o apartheid, foi eleito em 1994 o primeiro presidente negro da África do Sul. Ele governou o país até 1999, quando deixou o cargo após o cumprimento de um mandato.

Fonte: Último Segundo IG - com informações da EFE e BBC

Com dores abdominais, ex-presidente Mandela vai para hospital

DA FRANCE PRESSE, EM JOHANESBURGO (ÁFRICA DO SUL)


O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, de 93 anos, foi hospitalizado neste sábado (25.02) por recomendação médica devido a uma prolongada dor abdominal, mas se encontra bem, segundo fontes da presidencia.

"O presidente Jacob Zuma confirma que o ex-presidente Nelson Mandela foi hospitalizado hoje", assinala o comunicado.

"Madiba tem um problema abdominal há tempos e os médicos acham que é preciso uma assistência especializada", acrescenta o texto.

A saúde do líder da luta contra o apartheid, conhecido pelo apelido carinhoso de Madiba, já criou temores no país quando ele foi hospitalizado no início do ano passado devido a uma aguda infecção respiratória.

Em 1993, um ano antes de ser eleito presidente e virar o primeiro chefe de Estado negro depois das primeiras eleições multirraciais na Áfrifa do Sul, Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz.



Peter Morey - 18.jul.11/Associated Press

O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela foi internado neste sábado com dores abdominais
O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela foi internado neste sábado com dores abdominais


Fonte: Folha.com (25.02.12)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ponto de Memória do Jacintinho realiza seu 1º Chá de Memória

O Ponto de Memória do Jacintinho denominado Museu Cultura Periférica realizará seu primeiro Chá de Memória de 24 à 27 de fevereiro. Na ocasião haverá uma roda em que as pessoas compartilharão suas memórias, fotos e objetos. O chá tem como objetivo fortalecer a parceria com a comunidade e arrecadar acervo. Teremos a participação da Consultora do Instituto Brasileiro de Museus - Ibram, Lavínia Santos, que explanará sobre o projeto.

Os chás acontecerão em quatro núcleos do museu: Jacintinho, Vergel, Vila Emater e Vila de Pescadores de Jaraguá. As memórias retratadas são referentes à formação das respectivas comunidades, desafios enfrentados, com um recorte na questão cultural (Hip Hop, Bumbas, Coco de Roda, Guerreiro, Capoeira).

O Museu ainda não possui sede, pois, irá fazer seu lançamento oficial em abril, mas vem divulgando suas ações e memórias no blog.


Breve histórico

Em outubro de 2009 o Centro de Estudos e Pesquisas Afro Alagoano - Quilombo recebeu a visita de dois integrantes do Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM, Claúdia Rose e Wélcio, que trouxeram uma proposta de criar no bairro do Jacintinho um Ponto de Memória. Esse projeto é resultado de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM, o Programa Nacional de Segurança Cidadã (PRONASCI), o Ministério da Cultura e a Organização do Estados Ibero americano (OEI).

Visa resgatar e valorizar a memória social e cultural das comunidades, levando em consideração não os objetos, mas os indivíduos. Com isso desmitifica muitos "pré" conceitos sobre museu: não posso entrar; não me identifico com as histórias; não entendo... O museu comunitário vem para dizer: Entre, a casa é sua! A fala da periferia sai integral, como se fosse (e na verdade é) matéria redigida na própria periferia. Escrever sobre o saber popular, manifestações culturais e sua resistência histórica não é novidade, muitas matérias, artigos, teses, livros têm retratado esse universo, porém os protagonistas não estavam no centro da narrativa e nem arquitetavam a própria fala. Com o Museu Cultura Periférica, a sociedade começará conhecer o trabalho através de quem o faz, valorização do saber popular em sua essência.

 PROGRAMAÇÃO

Dia 24 de fevereiro
19h30 Jacintinho
Local: Academia de Fer Know d, Av. Coronel Paranhos, nº 604, Jacintinho.
Participação especial do cordelista Demis Santana

Dia 25 de fevereiro
10h Vergel
Local: Núcleo Cultural da Zona Sul, Rua Cabo Reis, nº 200, Vergel.

Dia 26 de fevereiro
9h Vila Emater
Local: Espaço Cultural da Vila Emater, nº 50, São Jorge.

Dia 27 de fevereiro
19h Vila de Pescadores de Jaraguá
Local: Sede da Associação de Moradores da Vila de Pescadores, nº 18, Jaraguá.
Participação especial dos artistas plástico Ferro Dias e Mirela Oliveira


Contato:
Viviane Rodrigues
Consultora do Ponto de Memória do Jacintinho - Museu Cultura Periférica
(82) 8843-9402

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Paulo Henrique Amorim condenado por racismo

Jornalistas: Paulo Henrique Amorim e Heraldo Pereira
O jornalista apresentador do Domingo Espetacular, da Record, Paulo Henrique Amorim, responsável pelo site Conversa Afiada, foi condenado pela Justiça por racismo e injúria praticados contra o jornalista Heraldo Pereira, repórter e apresentador eventual do Jornal Nacional. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal fixou em R$ 30 mil a multa que PHA terá de desembolsar.

Na coluna que resultou no processo, PHA diz que Heraldo era funcionário de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, e fazia “bico” na TV Globo. O jornalista que tem programa na Record também chegou a chamar Heraldo de “negro de alma branca”, expressão considerada racista.

Os R$ 30 mil serão pagos em seis prestações. A primeira vence no dia 15 de março. Heraldo Pereira indicará a instituição de caridade que vai ser beneficiária da doação compulsória de Paulo Henrique Amorim. Além da grana, PHA terá que se retratar em dois jornais de grande circulação. Ele terá que publicar, nos próximos 15 dias, um texto previamente determinado pela Justiça nos jornais Folha de São Paulo e Correio Braziliense. Ou seja, PHA terá que comprar espaço (nada barato) para divulgar as desculpas públicas a Heraldo.

O texto é o seguinte:
"[Paulo Henrique Amorim] reconhece Heraldo Pereira como jornalista de mérito e ético; que Heraldo Pereira nunca foi empregado de Gilmar Mendes; que apesar de convidado pelo Supremo Tribunal Federal, Heraldo Pereira não aceitou participar do Conselho Estratégico da TV Justiça; que, como repórter, Heraldo Pereira não é e nunca foi submisso a quaisquer autoridades; que o jornalista Heraldo Pereira não faz bico na Globo, mas é empregado de destaque da Rede Globo; que a expressão 'negro de alma branca' foi dita num momento de infelicidade, do qual se retrata, e não quis ofender a moral do jornalista Heraldo Pereira ou atingir a conotação de 'racismo."

PHA também está obrigado a retirar todas as reportagens de seu blog que se referem a Heraldo Pereira. Também deverá publicar no Conversa Afiada a retratação acima. Todos os sites e blogs que reproduziram o link original de conteúdo ofensivo e racista também deverão publicar o texto, em um prazo de 21 meses.

O processo foi iniciado em março de 2010 na Justiça do Distrito Federal. Heraldo Pereira pedia R$ 300 mil de indenização.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Desfile das escolas de samba - RJ (19 e 20/02)

Foi no Estado Rio de Janeiro que surgiu a primeira escola do samba no país, com o passar dos anos a competitividade aumentou e muitos artifícios foram aplicados para abrilhantar a festa carnavalesca. Confira os trabalhos nas noites de 19 e 20 de fevereiro (domingo e segunda-feira), na Marquês de Sapucaí, a partir das 21 horas. Veja a ordem de apresentação e sambas-enredo!


PRIMEIRA NOITE - Domingo (19.02.12)


Renascer de Jacarepaguá: "O Artista da Alegria dá o Tom da Folia"



Portela: "...E o povo na rua cantando é feito uma reza, um ritual..."


Imperatriz: "Jorge, Amado Jorge"


Mocidade: "Por ti, Portinari: Rompendo a tela, à Realidade"


Porto da Pedra: "Da seiva materna ao equilíbrio da vida"

Beija-Flor: "São Luís - O Poema Encantado do MARANHÃO"

Vila Isabel: "Você Samba Lá .... Que Eu Sambo Cá!
O Canto Livre de Angola"


SEGUNDA NOITE - Segunda-feira (20.02.12)


São Clemente: "Uma aventura musical na Sapucaí"

União da Ilha: "De Londres ao Rio: era um vez... uma Ilha..."


Salgueiro: "Cordel Branco e Encarnado"


Mangueira: "Vou festejar, sou Cacique, sou Mangueira"


Unidos da Tijuca: "O dia em que toda a realeza desembarcou na Avenida para coroar o Rei Luiz do Sertão"



Grande Rio: "Eu Acredito em Você! E Você?"

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Desfile das escolas de samba - SP (17 e 18/02)

As escolas de samba de São Paulo estão a cada ano mais lindas! Para quem vai ficar em casa eis um bom atrativo para a madrugada. Os trabalhos serão apresentados nas noites de 17 e 18 de fevereiro (sexta-feira e sábado), no Sambódromo, a partir das 23 horas. Confira abaixo a ordem e os sambas-enredos!


PRIMEIRA NOITE - 17 de fevereiro (sexta-feira)

Camisa Verde e Branco: "É o amor"

Império de Casa Verde: “Na ótica do meu império o foco é você”.

X-9 Paulistana: "Trazendo para os braços do povo o coração do Brasil, a X-9 Paulistana desbrava os sertões dessa gente varonil!"

Vai-Vai: "Mulheres que Brilham - A força feminina no progresso social e cultural do país"

Rosas de Ouro: "O Reino dos Justus"

Acadêmicos do Tucuruvi: "O esplendor da África no reinado da folia"

Mancha Verde: "Pelas mãos do mensageiro do axé a lição de Odú Obará: A humildade"



SEGUNDA NOITE - 18 de fevereiro (sábado)

Dragões da Real:  "Mãe, ventre da vida e essência do amor"

Pérola Negra: “A Pedra que Canta Também Samba - Itanhaém, hoje a Pérola é você”

Mocidade Alegre: "Ojuobá - No Céu, os Olhos do Rei... Na Terra, a Morada dos Milagres... No Coração, Um Obá Muito Amado!

Águia de Ouro: "Tropicalismo - O movimento que não acabou"

Unidos de Vila Maria: "A força infinita da criação: 'Vila Maria feita à mão'"

Gaviões da Fiel: "Verás que o filho fiel não foge à luta - LULA o retrato de uma nação"

Tom Maior: "Paz na Terra e aos homens de Boa Vontade"

Prestigie as Escolas de samba de Maceió

Desfilam nesse sábado (18.02) em Maceió, as escolas de samba: Arco-Íris, Jangadeiros Alagoanos, Unidos do Poço, Gaviões da Pajuçara e Girassol. O percurso iniciará próximo a balança do peixe, na Pajuçara, com sentido ao Memorial da República.

E o Grêmio Recreativo Escola de Samba Girassol apresenta no carnaval 2012 o samba-enredo: "MUITO BARULHO POR NADA... 'O QUEBRA'". O tema foi elaborado por Célio Rodrigues (Pai Célio), a pesquisa de Eugênio Vilela, composição de Nenén Cabral e a interpretação realizada pelo cantor Igbonan Rocha.


Confira a letra abaixo:



A GIRASSOL CHEGOU
E VAI ECOAR DO SEU TAMBOR
UM ALUJÁ PRA XANGÔ NA LUZ DIVINA
QUE ILUMINA TIA MARCELINA (refrão)

KAÔ OBANIXÉ... REI DA CIDADE DE OYÓ!
A GIRASSOL PEDE LICENÇA, PRA EXALTAR
UMA MULHER CONSCIÊNCIA
NEGRA DA COSTA, DA COSTA DA MINA
CABEÇA AXÉ TIA MARCELINA
NO CENTENÁRIO DA REJEIÇÃO
DO QUEBRA-AFRO NESSE CHÃO!
MACEIÓ GUARDA TRISTE NA MEMÓRIA
UM LADO ESCURO VERGONHOSO DA HISTÓRIA
TERREIROS DE JEJE, KETO E NAGÔ,
O PRECONCEITO DIZIMOU

QUEBRA AQUI, QUEBRA DE LÁ
QUEBRA BRAÇO, QUEBRA PERNA – PODE
QUEBRAR!!!
A ESSÊNCIA DA VIDA A MÃO PODE VENCER,
VENCER!
SÓ NÃO QUEBRA O SABER (refrão)

XANGÔ REZADO BAIXO SILENCIANDO OS RITUAIS
CALAM-SE OS TAMBORES, OS SONS DOS ADJÁS,
O CANTO DA LIBERDADE IORUBÁ
E LÁ... NO ORUN OS ORIXÁS
COBREM DE CALMA O SEU POVO
POIS PREPARAM UM TEMPO NOVO
NA PAZ DE OBATALÁ
AXÉ PRA QUEM TEM FÉ, AXÉ!
FÉ PRA SE MANTER DE PÉ
RESISTIR... NÃO DESISTIR
QUE A LUTA CONTINUA POR AQUÍ

A GIRASSOL CHEGOU
E VAI ECOAR DO SEU TAMBOR
UM ALUJÁ PRA XANGÔ NA LUZ DIVINA
QUE ILUMINA TIA MARCELINA (refrão)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Clip de Alexandre Pires é acusado de teor racista

O cantor de pagode Alexandre Pires está passando por um “perrengue” na internet. Ativistas do movimento negro estão mobilizados nas redes sociais para retirar imediatamente o seu videoclipe “Kong” do You Tube, que tem mais de 3.000 referências negativas, porque associa a imagem de um homem negro a macaco.

No vídeo, a história se passa em uma casa de praia que é invadida por uma série de macacos e tem como líder o cantor carioca Mr. Catra, também, conta com a participação do jogador Neymar e de David Brasil. Aqui pra nós, além da animalização e estereótipo racista, também, apresenta uma apelação sexual e abuso do corpo da mulher... mas, o lamentável é um artista negro contribuir para essa propagação.

Na letra que chamam de música, consta: “Agora que eu já te conheço me desculpe eu vou falar. Vou falar (x2) Essa carinha de santinha nunca vai me enganar, enganar (x2). Se quer beijar na boca eu quero também; se ocê quer sentar senta aqui meu bem. Se quer beijar na boca eu quero também; se ocê quer sentar senta aqui neném”.

O pior é saber que terá um monte de gente curtindo isso no carnaval. Aff!

Confira o vídeo e tire suas próprias conclusões:

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O carnaval do povo

Por: Helciane Angélica - Com informações da Secom Maceió


As prévias carnavalescas do Jaraguá Folia 2012, reuniu aproximadamente 40 mil pessoas e a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) estima que 50 blocos desfilaram no evento, destacando-se os blocos afros: Tia Marcelina (Coletivo AfroCaeté, Bumba-Meu-Boi Alegria, Grupo Inaê e Mestre Cesar do Afro Mandela) e o Maracatu Baque Alagoano que ao som dos tambores levaram seu axé para as ruas.

A festa deve continuar no carnaval com o projeto “Maceió: meu bem querer – folia, emoção e alegria” da Prefeitura de Maceió, que terá uma programação cultural diversificada em vários polos. De 17 a 21 de fevereiro, das 17 a 21h, na Praça Moleque Namorador localizada no bairro da Ponta Grossa; 18 a 21, na Praça Multieventos, na praia de Pajuçara; no Mirante do Jacintinho, Pontal da Barra e Tabuleiro com várias atrações locais.

O desfile das escolas de samba acontecerá no dia 18, às 20h, com o percurso saindo da balança do peixe com sentido ao Memorial da República. Vale a pena prestigiar também as escolas de samba Arco-Íris, Jangadeiros Alagoanos, Unidos do Poço, Gaviões da Pajuçara e Girassol – essa última apresentará o samba-enredo MUITO BARULHO POR NADA... “O QUEBRA”, tema elaborado por Célio Rodrigues (Pai Célio), pesquisa de Eugênio Vilela, composição de Nenén Cabral e interpretação do cantor Igbonan Rocha.

Já o tradicional concurso de bumba meu boi, arrastará uma multidão nos dias 24 e 25, a partir das 20h na Praça Multieventos, onde cada grupo demonstrará toda a sua criatividade para homenagear Luiz de Barros.

E para quem gosta do carnaval no interior do Estado, além do famoso “mela, mela” e dos blocos de ruas, tem vários shows, a exemplo das cidades de Marechal Deodoro, Rio Largo, Paripueira e Murici. Independente de onde você curtirá o carnaval, não esqueça daqueles velhos conselhos: “Se beber, não dirija” e “Use camisinha, meu amor” ... só desejo paz, alegria e responsabilidade nesses dias!


Fonte: Coluna Axé - nº189 - jornal Tribuna Independente (14.02.12)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cantora Whitney Houston morre aos 48 anos


A cantora e atriz norte-americana Whitney Houston morreu neste sábado (11), aos 48 anos, segundo informações da agência de notícias Associated Press. De acordo com a polícia local, Houston foi encontrada morta em seu quarto, no hotel Beverly Hilton, em Beverly Hills. Não havia sinais aparentes de crime ou violência, declarou um porta-voz da polícia a jornalistas diante do hotel. Segundo Kirsten Foster, assessor da estrela, a causa da morte permanece desconhecida e está sendo investigada.

Segundo a polícia de Beverly Hills, seguranças do hotel fizeram uma ligação de emergência sobre Houston às 15h43 locais (21h43 no horário de Brasília). Uma equipe de paramédicos já estaria no hotel por conta de uma festa do Grammy e teria tentado ressuscitar, sem sucesso, a cantora. Às 15h55, Houston foi declarada morta.

Uma fonte do site de celebridades TMZ.com disse à publicação que a cantora estava na banheira, quando seu corpo foi encontrado pelos paramédicos.

A notícia da morte de Whitney Houston surge na véspera da maior premiação da música mundial, o Grammy, que será realizado neste domingo (12), em Beverly Hills. Um de seus mentores de longa data, o produtor Clive Davis, chegou a afirmar que ela estaria presente à festa e, inclusive, deveria cantar. "É a noite favorita dela no ano, então quem sabe..."

Em nota, Neil Portnow, presidente da Academia fonográfica, responsável pelo Grammy, disse que Houston "era uma das maiores cantoras pop do mundo de todos os tempos" e que "uma luz se apagou na comunidade musical".

O líder religioso negro Reverendo Al Sharpton, convocou o público a orar. "Na manhã do Grammy, o mundo deve fazer uma pausa e rezar pela memória de uma cantora talentosa."

As cantoras Aretha Franklin, Mariah Carey e Jennifer Lopez, entre outras, também lamentaram a perda de Houston (leia mais).

"Garota de ouro"
Celebrada como "a garota de ouro" da indústria fonográfica entre as décadas de 80 e 90, a carreira de Houston andava ofuscada por problemas com drogas, bebida e violência doméstica.

No final de 2009 e início de 2010, após anos de luta contra a dependência química, ela ensaiou uma fracassada volta aos palcos. Na parte inicial de sua turnê britânica, parecia sofrer com falta de ar quando cantava. Em Paris, chegou a ser hospitalizada com uma infecção respiratória e adiou várias apresentações. Na Austrália, sua passagem foi vaiada por fãs e critica pela imprensa especializada.

Whitney Houston chegou a vender 55 milhões de discos, só nos Estados Unidos. O sucesso a levou da música para o cinema, atuando em filmes como "O Guarda-Costas", com Kevin Costner, e "Falando de Amor", dirigido por Forest Whitaker.

Nessa mesma época, influenciou uma geração de cantoras como Christina Aguilera e Mariah Carey até que sua voz e imagem foram destruídas pelo uso de drogas e a vida pessoal tumultuada com seu último marido, o cantor Bobby Brown.

No final de sua carreira, Houston tornou-se célebre por abusar das drogas. As vendas de seus álbuns diminuíram, e sua imagem serena foi abalada por um comportamento violento e aparições públicas bizarras. Ela confessou ter abusado de maconha, cocaína e comprimidos, e sua voz foi ficando cada vez mais rouca, fazendo com que ela não conseguisse atingir as altas notas que a tornaram famosa.

"O grande mal sou eu. Não sou nem minha melhor amiga nem minha pior inimiga", disse a cantora em entrevista a Diane Sawyer em 2002.

Biografia
Whitney era filha da cantora gospel Cissy Houston, prima da diva dos anos 60 Dionne Warwick e afilhada de Aretha Franklin. Ela começou a cantar em igrejas ainda criança. Adolescente, fazia backing vocals para Chaka Khan, Jermaine Jackson e outros, e era modelo. Foi nesse período que o magnata da música Clive Davis ouviu falar da cantora.

"A primeira vez que a vi foi em um show de sua mãe... O impacto foi muito grande. Ouvir aquela jovem colocando fogo nas músicas. Provocou, de verdade, arrepios na espinha" , disse Davis ao "Good Morning America".

Pouco tempo depois, os Estados Unidos sentiram esse "arrepio" também. Houston gravou seu primeiro álbum, "Whitney Houston", em 1985. Foram vendidas milhões de cópias e suas músicas se tornaram sucesso. "Saving All My Love for You" rendeu à cantora seu primeiro Grammy, de melhor vocalista pop. "How Will I Know," "You Give Good Love" e "The Greatest Love of All" também se tornaram singles.

Seu segundo trabalho, "Whitney", de 1987, também teve grandes sucessos como "Where Do Broken Hearts Go" e "I Wanna Dance With Somebody".

O "New York Times" descreve a voz da cantora como "uma das melhores vozes gospel de sua geração". "Whitney evitava os maneirismos típicos do gênero, e usava frases evangélicas com moderação. Em vez de projetar vulnerabilidade e compaixão, ela comunicava força e auto-confiança, fazendo baladas pop majestosas."

A cantora deixa uma filha, Bobbi Kristina, fruto de seu casamento com Bobby Brown. Eles ficaram juntos entre 1992 e 2007.



Fonte: Uol Notícias (11/02/2012 - 23h16)
*Com informações da Redação e das agências internacionais.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Cortejo AFRO Tia Marcelina no Jaraguá Folia 2012

Grupos afro e da cultura popular homenageiam Tia Marcelina, uma das mártires do "Quebra dos Xangôs", um século depois de sua morte



Apesar de não estar na programação oficial do Jarguá Folia o cortejo afro Tia Marcelina, há três anos reúne os grupos da cultura popular e afro alagoana para inundar de axé e alegria aquele que foi o palco do massacre de vários escravos que aportavam aqui e eram vendidos nos trapiches do bairro histórico de Jaraguá.

Como disse Tia Marcelina, ao ser espancada até a morte:
– Bate moleque, arrebenta braço, arrebenta cabeça, mas não tira saber! (sic)

Cem anos depois do trágico acontecimento, os maracatus, afoxés, bois e cocos sentem-se livres para ir às ruas e com cabeça erguida defender com exuberância as heranças de além mar.

Este ano estarão presentes o batuque das alfaias e xequerês do Coletivo AfroCaeté, o Bumba-meu-boi Alegria, do Núcleo Cultural da Zona Sul, os passos do balé afro primitivo do grupo Inaê, além da peresença ilustre de Mestre Cesar, comandante do Afro Mandela, grupo com 24 anos de história em nosso estado e de Isabel e Nany Moreno, que formam o coração de um dos mais importantes grupos de alagoas: o Afoxé Oju Omin Omorewá.

A concentração para a saída do cortejo Tia Marcelina será na sexta-feira, 10 de fevereiro, a partir das 19 horas na sede do Coletivo AfroCaeté, na rua Barão de Jaraguá - 381 (em frente a Unifal), e às 20 horas o cortejo segue pelas ruas do bairro, em direção a rua Sá e Albuquerque até a praça Dois Leões, encerrando o desfile no ponto de partida.

A atividade conta com o apoio da Articulação dos grupos da Cultura Popular e Afro-Alagoana, do Grupo União Espírita Santa Bárbara (GUESB), do grupo Inaê e do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho no Estado de Alagoas (SINDPREV-AL).

Será uma ótima oportunidade de conhecer de perto a riqueza e a beleza da cultura alagoana e preparar o corpo para a maratona de folia da maior festa popular do Brasil. Venha e traga seu axé!


Bloco Afro Tia Marcelina: cortejo pelas ruas de Jaraguá
Com os grupos: Coletivo AfroCaeté, Bumba-Meu-Boi Alegria, Grupo Inaê e Mestre Cesar, do Afro Mandela.
Dia: Sexta, 10 de fevereiro de 2012, concentração às 19h, saída às 20h.
Concentração: (aberto ao público) Sede do Coletivo AfroCaeté
(R. Brão de Jaraguá, 381 – em frente a Unifal)
Informações: 8854-9382 / 8801 4265 / coletivoafrocaete.blogspot.com
Apoio: Articulação pela Cultura Popular e Afro-alagoana, Grupo Inaê e SINDPREV-AL

O Baque e você no Jaraguá Folia 2012


Evento reunirá milhares de foliões e cerca de 70 blocos e grupos, em Jaraguá, na sexta-feira 10 de fevereiro


A expectativa é imensa, os preparativos se ultimam e todo o grupo se une num só esforço e empenho para uma excepcional saída do Baque Alagoano na edição 2012 do Jaraguá Folia. O maracatu se apresentará pelas ruas históricas de Jaraguá com sua maior formação desde que foi fundado, abrilhantando e contribuindo assim com a cultura alagoana, dentro do maior evento cultural do período carvanalesco em nosso Estado: o Jaraguá Folia.

Faltam apenas alguns ensaios e estamos ultimando os preparativos para este grande momento do nosso calendário anual de apresentações, mas você deve estar se perguntando: O que move o Maracatu Baque Alagoano? Primeiramente, cerca de 90 batuqueiros que se esforçam muito para levar o melhor do maracatu e dos folguedos alagoanos para o seu público, com muita dedicação nos ensaios, atividades e apresentações. Depois e essencialmente, o público alagoano, as pessoas que curtem o nosso maracatu e o nosso propósito em contribuir cada vez mais com a cultura alagoana, valorizando as manifestações mais genuínas, os nossos folguedos, os nossos mestres.

No Jaraguá Folia 2012, contamos com sua presença na avenida! A concentração será tradicionalmente no Largo dos Pombos, onde teremos várias atrações pra esquentar a galera, para em seguida iniciarmos o cortejo pela avenida, com a sua presença, com a sua força e apoio, terminando o nosso cortejo na praça dois leões.

Este ano homenagearemos as Baianas Mensageiras de Santa Luzia. O grupo folclórico foi fundado em 1970 e é composto por 19 pessoas, entre ciganas e baianas - também chamadas de figuras. A dança é acompanhada por zabumba e ganzá em um ritmo que constitui uma modificação rural dos maracatus pernambucanos, com a variação alagoana dos maracatus; não tem a corte real e nem as bonecas.

O Jaraguá Folia acontece na sexta-feira 10 de fevereiro, com os desfiles iniciando às 20 horas e finalizando às 2 horas da manhã. Segundo os organizadores do evento, deverão ir para a avenida cerca de 70 blocos e grupos.

Vamos todos então ao Jaraguá Folia!!

Concentração: Largo dos Pombos, às 19 horas.
Quem quiser se juntar às cores do Baque Alagoano, temos camisas que podem ser adquiridas pelo telefone (82) 9326-0669, com Andressa, ao preço de R$ 20.


Fonte: Divulgação

domingo, 5 de fevereiro de 2012

ANDERSON SILVA NO XINGU

O lutador foi até o Alto Xingu para aprender uma luta indígena, a huka huka



Luís Maximiano
Anderson Silva e os seus adversários indígenas
Anderson Silva e os seus adversários indígenas

Quem disse que Anderson Silva é imbatível? O campeão do UFC foi até uma aldeia indígena no Alto Xingu para aprender uma nova luta, a huka huka, e teve que rolar na terra para segurar os guerreiros camaiurá

Anderson Silva olha fixamente pela janela do pequeno avião monomotor que acaba de parar na pista de terra. Está pensativo, sorri e sem desviar o olhar por nem um segundo diz: “Cara, que emocionante isso aqui”. Do lado de fora do avião ele vê dezenas de crianças indígenas se aproximarem correndo, com cabelos e corpos pintados de vermelho, aglomerando-se ao lado da aeronave a sua espera. Há dias anuncia-se que um grande guerreiro mundialmente conhecido chegaria à aldeia, onde ninguém sabe quem é Anderson Silva. Em silêncio, ele desembarca, dirige-se ao grande grupo de crianças e, rodeado, pergunta: “E aí, quem aqui é lutador?”. Várias levantam o braço. Ali, na terra dos índios camaiurá, às margens do rio Xingu, no Mato Grosso, luta é coisa séria. E é por isso que o campeão mundial de MMA trocou o octógono pelo chão de terra batida. Foi aprender uma luta local, o huka-huka, para descobrir se pode aplicar seus golpes em combates do UFC.
“É outra arte que vou conhecer, quero saber como eles conduzem a filosofia desse esporte”, disse ele, que aproveitou a experiência para gravar um vídeo comercial para a marca de açaí Amazoo. Logo que chega, além das crianças, Anderson também é recebido por Were. O rapaz jovem e bastante forte é respeitado por todos na aldeia. Carrega amarrado na cintura um cordão que tem pendurado na parte de trás a carcaça de um pássaro xexéu, preto e amarelo, com as asas abertas. É uma espécie de cinturão do huka-huka, só usam os lutadores campeões difíceis de derrubar. “Se eu perco um duelo, meu adversário pode arrancar esse cinturão de mim, jogar no chão e pisar em cima do pássaro. É como se eu não tivesse o direito de usar aquilo”, explica Were.

“Quero saber como eles conduzem a filosofia desse esporte”

Luís Maximiano
Anderson Silva, devidamente pintado para o combate
Sentado em um tronco de madeira ao lado de Anderson é Were quem explica as tradições do huka-huka ao campeão do UFC. Falando sempre com um tom baixo, quase sussurrando, ele conta que por volta dos 14 anos de idade os meninos passam por um confinamento que pode durar anos. Durante a reclusão, na oca, são preparados para a vida adulta e principalmente para lutar. “Nesse tempo raspamos a pele com a ranhadeira, feita com espinhas de peixe. Passamos nas costas, nas pernas, nos braços... Depois passamos algumas raízes em cima, aí arde muito. Temos que aguentar pela nossa tradição, significa força. Também tomamos algumas raízes que fazem a gente vomitar. Eu tive que provar muitas, umas dez diferentes.” No alto dos braços e nos calcanhares são amarrados barbantes para engrossar o bíceps e a batata da perna. De casa, só saem para lutar com outros índios mais experientes no centro da aldeia. “Depois voltamos ao confinamento pra ficar pensando só sobre o huka-huka.”
E como determinar o fim da reclusão? “Nós sabemos a hora. Quando vamos lutar no centro da aldeia vemos se a pessoa ganha dos mais velhos. Aí está provado que já tem força. Se vier e perder tem que voltar pro confinamento, continuar com a ranhadeira, ficar pensando na luta, tentando conversar com os espíritos.” Were, no caso, precisou “só de um ano e meio” para ser liberado e se tornar um campeão. Agora ele terá a oportunidade de ensinar suas técnicas a outro vencedor dos ringues. E, por que não, poderá aprender algo também, para nunca perder a honraria do pássaro xexéu na cintura. Basta seguir vencendo, principalmente durante o Kuarup, festa de homenagem aos parentes mortos, na qual o huka-huka é uma das grandes atrações.

Preparado pra apanhar

Mas, antes que qualquer combate levante a fina terra que cobre o chão da aldeia, Anderson precisa ser devidamente pintado e preparado. Dois índios estampam bolas pretas e vermelhas em todo seu tórax. “É a pintura da onça, todo lutador tem que ter”, explica um deles. Em seus joelhos são amarrados grossos panos, já que no huka-huka essa parte do corpo quase sempre está em contato com o solo. Na cintura vai uma tira de pele de onça e no pescoço, um colar de placas de caramujos (pedaços lixados do casco), outro adereço exclusivo de guerreiros. Quase pronto, Anderson assume: “Estou um pouco tenso. Tenho certeza de que vou ser jogado pra lá e pra cá”.
Tarde demais para considerar a real possibilidade. Uma roda está formada no centro da aldeia à espera do campeão do UFC. A maioria dos índios nem sequer dormiu a última noite. É tradição para eles: em madrugadas que antecedem dias de luta não se prega o olho. “Ficamos na concentração pensando na luta até amanhecer o dia. Lá pelas quatro da manhã passamos óleo de pequi no corpo pra aquecer e massagear os músculos e pra evitar que o outro consiga te agarrar”, explica Were. Uma rápida demonstração de como funciona o huka-huka é feita para Anderson. Explica-se que a luta começa com os dois ajoelhados, segurando na nuca ou nos braços um do outro. Para vencer é preciso derrubar o adversário de costas, de peito ou agarrar a parte de trás da coxa. Aparentemente simples. Preparado, Anderson? “Sim. Preparado pra apanhar!”

“Estou um pouco tenso. Tenho certeza de que vou ser jogado pra lá e pra cá”


Luís Maximiano


O desafiante já está no meio da roda à espera. Os dois pegam um punhado de terra no chão e esfregam na palma das mãos. A luta começa – e não dura nem 15 segundos até o campeão de MMA estar caído de costas no solo. Foi só levantar e outro índio já estava pronto para um próximo combate. E pensar que na noite anterior Anderson havia dito que não lutaria, que seria apenas uma troca de experiências. Balela, os índios não iam perder essa oportunidade. A segunda luta também foi rápida, questão de segundos até a nova derrota do discípulo de Steven Seagal. Quando o terceiro indígena pediu a vez Anderson não se conteve: “Espera aí! Já apanhei demais! Agora vamos lutar na minha regra”. “E como é?”, pergunta um deles. “É um pouco mais violenta que a de vocês. Quando o oponente está no chão nós podemos continuar batendo. Ou podemos imobilizar também”, respondeu.
Pronto, não perdeu nenhuma das lutas seguintes – mesmo sem disparar nenhum de seus potentes chutes ou socos contra os índios. Resolveu com chaves de braço, finalizações ou simplesmente cansando o adversário até ele pedir pra parar, como aconteceu no largo combate com Were. Bufando, depois de minutos rolando na terra, o campeão do huka-huka ainda foi pedir pra que Anderson o ensinasse um movimento que havia feito durante a peleja. Calmamente a técnica foi explicada diversas vezes. “É um triângulo de mão. Uma técnica boa, eficaz. Espero que eles consigam usar no tipo de luta que fazem, que é quase semelhante ao estilo de solo do MMA”, disse o professor.

Luís Maximiano
Anderson em luta com o campeão de huka-huka Were, que carrega como cinturão um pássaro Xexéu na cintura
Anderson em luta com o campeão de huka-huka Were, que carrega como cinturão um pássaro Xexéu na cintura

Cabeça paraquedas

Anderson, aliás, está acostumado a ensinar. Em sua casa a luta é passada de pai pra filho (são três meninos e duas meninas), assim como acontece no huka-huka. “É tradição dentro da família. Todos eles têm que treinar, têm que se formar faixa preta, saber arte marcial. Sempre que estamos juntos dou treino, tento passar a filosofia da luta. Valorizo muito isso. Aqui na aldeia, achei muito interessante a forma como eles conduzem o huka-huka, os preparativos e as tradições.” Mais um aprendizado para sua já extensa lista de artes marciais, que inclui jiu-jítsu, tae kwon do, boxe, wing chun e boxe tailandês.
Da rápida passagem pela arena dos camaiurá, Anderson saiu com duas coisas na cabeça: uma leve dor – “Numa luta alguém me jogou de cabeça no chão!” – e a sensação de ter agregado mais do que algumas técnicas – “Toda experiência em que absorvemos algo é boa. A pessoa que tem a mente aberta pra novos conhecimentos sempre consegue aprender novas coisas. Eu tenho a possibilidade de treinar com pessoas de diversos países, de várias modalidades... Tento juntar tudo e criar meu próprio estilo, onde me sinto mais confortável.” –, e finaliza com a frase que repetiu diversas vezes na aldeia: “A mente tem que ser igual a um paraquedas: sempre aberta”.

Fonte: Revista Trip